segunda-feira, 30 de junho de 2014

 Novo modelo da NASA revela o mundo invisível dos asteróides eletrificados.

O espaço parece vazio, um vácuo silencioso, mas não é totalmente vazio. Ocorrem atividades elétricas invisíveis ao olho nu. Como a NASA está planejando enviar humanos a um asteróide precisa saber mais sobre o ambiente elétrico que os exploradores possam encontrar.

O vento solar soprando da superfície do sol a mais de um milhão de quilômetros por hora envolve todos os objetos do sistema solar, formando redemoinhos e vórtices no seu caminho. Campos magnéticos deslocados pelo vento solar torcem, dobram e quebram ao colidir com os campos de outros objetos do sistema solar, acelerando partículas a mais de um milhão de quilômetros por hora, gerando correntes elétricas em tempestades magnéticas que, ao redor da terra, podem danificar tecnologias vulneráveis, como satélites e redes de distribuição de energia.

Em objetos sem atmosfera, tais como luas e asteróides, a luz solar ejeta elétrons da matéria, criando uma carga positiva forte em áreas iluminadas pelo sol. O vento solar é um gás condutivo conhecido como plasma, onde a matéria está separada em elétrons, relativamente leves, e íons positivos milhares de vezes mais pesados. Enquanto as áreas iluminadas podem acumular uma carga positiva, as áreas na sombra recebem uma carga negativa quando os elétrons do vento solar as atingem na frente dos íons mais pesados para preencher os vazios criados pelo vento solar.

A terra está protegida dos efeitos diretos dessas atividades pelo seu campo magnético, mas objetos sem atmosfera nem campos repelentes, tais como asteróides pequenos, não têm nenhuma proteção.

Pesquisadores financiados pelo Instituto de Pesquisas Espaciais Virtuais (SSERVI) desenvolveram um modelo de computador capaz de prever e visualizar a interação entre o vento solar, a radiação solar e a superfície de asteróides em detalhes em precedentes.

"Nosso modelo é o primeiro a fornecer vistas bidimensionais detalhadas da interação complexa entre a atividade solar e objetos pequenos, como asteróides, usando uma técnica computacional adaptativa que torna essas simulações muito eficientes," informa Michael Zimmerman, líder do projeto no Laboratório de Física Aplicada na universidade John Hopkins em Laurel, Maryland.

De acordo com Zimmerman, os modelos anteriores, baseados em grade, são menos eficientes por dedicar recursos computacionais por igual em todas as áreas. O novo modelo "em árvore" se adapta continuamente ao fluxo do plasma, aplicando mais recursos a áreas com muita atividade complexa, deixando menos para as áreas mais simples.

"Nosso modelo calcula a interação asteróide-atividade solar em alguns dias, " diz Zimmerman. "Para fazer o mesmo cálculo em grade com a mesma resolução precisaria algumas semanas ou um supercomputador." Zimmerman é o autor principal da pesquisa disponível on-line na revista Icarus desde 4 de abril 2014.

Zimmerman e seu grupo pretendem aplicar o modelo para verificar se a atividade elétrica ao redor de asteróides apresenta riscos para exploradores humanos.

"Por exemplo, conhecendo o ambiente elétrico ao redor do asteróide pode localizar pontos onde os astronautas podem fazer o contato inicial com o objeto em segurança," diz o co-autor William Farrell do Centro Espacial Goddard da NASA em Greenbelt, Maryland.

"Se um astronauta está ligado à espaçonave na luz solar e com cargas positivas toca na superfície do asteróide carregada negativamente, pode ocorrer uma corrente inesperada entre os dois objetos no momento do contato. Sem esse modelo não temos como especular sobre a natureza da corrente."

O modelo também serve para prever a interação entre o asteróide e a espaçonave. "Um dos motivos para visitar asteróides é porque são restos relativamente intocados da formação do sistema solar, capazes de fornecer informações sobre a formação dos planetas e a origem da vida", diz Farrell.

"No entanto, espaçonaves emanam gases, como a água, que ionizam, e esses íons podem contaminar a superfície do asteróide que queremos pesquisar. O novo modelo de asteróide nos permite estimar o grau de absorção de íons e contaminação sobre diversas regiões."

Farrell é o investigador principal de um dos nove grupos da SSERVI, conhecido como Dynamic Response of the Environment at Asteroids, the Moon, and moons of Mars (DREAM2), que financiou parte do desenvolvimento do modelo.

O modelo revela que o vento solar ao redor de um asteróide pequeno exibe alguns fenômenos já observados diretamente na superfície lunar, confirmando a confiança dos resultados. Por exemplo, se forma uma nuvem de elétrons bem definida sobre a superfície iluminada, e uma onda supersônica de baixa densidade por trás do objeto. Como em todo modelo computacional, isso tem que ser confirmado por medições reais em futuras missões aos asteróides.

"Nos nossos planos está expandir o modelo a previsões e visualizações em três dimensões, e acrescentar a simulação de infraestrutura de exploração condutiva e os efeitos de campos magnéticos," diz Zimmerman.

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O tradutor é técnico em eletrônica, tendo trabalhado com instrumentação industrial, automação e controle de processo, programação de computador e supervisão de equipe de montagem. Fora o português tem fluência total em inglês e sueco. Faz traduções técnicas desde 2005.

Informações de contato se localizam em
http://www.hotfrog.com.br/Empresas/Tradutor-Guaiba e
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sábado, 28 de junho de 2014

NASA cria animações do vapor de água atmosférico


Saber onde o vapor de água se encontra na atmosfera é um dos muitos fatores usados na previsão do tempo. O projeto GOES da NASA/NOAA acaba de criar duas novas animações baseadas em dados de satélite para visualizar o movimento da umidade sobre o atlántico e o pacífico leste.

Observações do NOAA GOES medem a temperatura do ar em Kelvin nas diversas camadas da atmosfera.

"As faixas de temperatura são colorizadas nas animações, a cor magenta indica onde ar limpo e seco penetra mais baixo na atmosfera," diz Dennis Chesters, o cientista de vôos do projeto do programa NASA/NOAA GOES no Goddard Space Flight Center em Greenbelt, Maryland. "Essas animações seguem os ventos secos em altitudes médios que de outras maneiras não seriam visíveis aos meteorologistas."

As animações também fornecem informações dos ventos em regiões sem nuvens que podem se utilizados por pilotos e para melhorar as previsões meteorológicas em longo prazo. É criada uma imagem cada três horas a partir de varreduras do disco inteiro dos cinco dias anteriores.

Os meteorologistas usam imagens do vapor de água para analisar a localização e movimentação da umidade nas camadas médias e altas da atmosfera. Os instrumentos de satélite tais como os do GOES detetam vapor de água pelo espectro infravermelho nos comprimentos de onda entre 6,7 e 7,3 micrômetros. O vapor de água visto nessas faixas de infravermelho se encontra nas camadas altas e médias da troposfera, onde os ventos são dominados por massas de ar de grande volume.

Chesters criou as animações a partir de dados dos dois satélites GOES para criar animações do vapor de água sobre o atlântico e o pacífico leste. As animações são criadas usando os dados do GOES na faixa de 6,7 mícrons. Chesters ressalta que em 6,7 mícrons se enxerga apenas até a metade superior da atmosfera, aproximadamente a altitude onde voam os aviões comerciais.

Os satélites GOES-East (GOES-13) e GOES-West (GOES-15) estão em órbitas fixas sobre a terra, com uma separação de 60 graus, e fornecem imagens dos sistemas atmosféricos sobre o atlântico e do pacífico.

Os satélites GOES colhem imagens de disco inteiro de um lado da terra nas direções leste e oeste das Américas a cada três horas, produzindo oito visualizações diárias das nuvens do hemisférios oeste. Sobreposta a mapas, a série temporal fornece uma visão do tempo em larga escala. Na ausência de nuvens usa o canal de vapor de água para rastrear os ventos na alta atmosfera.

Em regiões com ar seco as cores aparecem mais quentes e brilhantes por causa da penetração maior na atmosfera. As beiras dessas regiões mais secas frequentemente contêm as correntes de jato e turbulência entre as massas de ar. Identificar as correntes de jato é de importância para a aviação comercial.

As correntes de jato podem tanto ser úteis como detrimentais para os pilotos, a aviação usa essas imagens para ajustar as rotas de vôo. As correntes de jato são correntes de ar horizontais ou tubulares em grande velocidade geralmente se movimentando de oeste para leste.

Os aviões se aproveitam voando a favor da corrente recebendo uma ajuda. Voando na direção contrária gasta mais combustível, demora mais e pode ser turbulento.

Outro benefício das animações é que servem para rastrear os ventos da atmosfera média sobre os oceanos, onde não é possível usar sondas em balões. "Em consequencia, os 'ventos de vapor' globais são estimados pela movimentação dessas características e utilizados nos modelos numéricos do clima para melhorar as previsões de longo prazo," diz Chesters.

"Por exemplo, a região seca entre Hawaii e o sul da Califórnia ocasionalmente forma um redemoinho que entra sobre o continente e pegaria de surpresa os EUA de sudoeste se não fosse pelo GOES-West o ter detetado."

Para ver as animações do GOES visite a página de NASA/GOES e clique em "Upper-air water vapor movie" (Animação do vapor atmosférico). As animações podem ser baixadas, e são atualizadas a cada hora.

NOAA gerencia o programa GOES, estabelecendo reqerimentos, financia e distribui dados de satélite ambientais para os Estados unidos. NASA Goddard solicita e gerencia o projeto, desenvolvimento e lançamento dos satélites da NOAA em regime de reembolso de custos.

As animações podem ser vistas em: http://goes.gsfc.nasa.gov/goescolor/goeswest/overview2/movie/watervapor_overviewwest.gif

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O tradutor é técnico em eletrônica, tendo trabalhado com instrumentação industrial, automação e controle de processo, programação de computador e supervisão de equipe de montagem. Fora o português tem fluência total em inglês e sueco. Faz traduções técnicas desde 2005.

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quinta-feira, 26 de junho de 2014

 Medições de baixo ruído, parte 2.
Bob Pease foi um dos grandes gênios da eletrônica analógica. A seguir minha tradução da segunda parte do seu artigo sobre medições de ruído de pouca intensidade.

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Para contornar o problema com o circuito na coluna anterior, decidi fazer meu próprio testador de ruído na corrente das bases dos transistores. Para começar fiz um esquemático (na figura). Eu o mostrei para várias pessoas. Uma pessoa percebeu que estava violando os limites de modo comum do LM627. Agradeci e acrescentei um par de 1N914 para limitar o modo comum para dentro dos limites. Eu podia ter dito que foi de propósito para ver se alguém estava prestando atenção, mas achei que não estava na hora certa para essas brincadeiras.

Teve gente perguntando se eu não ia alimentar com baterias. "Para medir baixo ruído precisa de alimentação de baixo ruído, certo?" A resposta é não. As fontes modernas são bem quietas e o amplificador (Q1A e Q1B) equilibrado (diferencial) não precisa mais que isso. Fora isso, tem uma excelente rejeição a variações na alimentação.

Daí perguntaram se ia montar numa caixa grande blindada? Não tem necessidade. De fato, eu geralmente uso ele aberto e sem cobertura na bancada.

Normalmente preciso desligar o ferro de soldar para um resultado razoável. Também preciso afastar vários instrumentos cujas fontes irradiam ruído por todo lugar. A primeira coisa a fazer foi colar uma nota avisando para monitorar a saída. Isso porque se a saída saturar no barramento não se deve confiar nas medições. A ressalva seguinte foi de que a resposta em frequencia é indeterminada e depende do layout, mesmo uma fração de pF pode prejudicar o funcionamento.

Nos o energizamos e ele deu medições bem razoáveis. Vimos que o ruído na corrente das bases estava no limite do valor teórico, pelo menos acima de 100 Hz. Estivemos muito ocupados para gastar tempo em fazer o analisador de espectro funcionar em 10 Hz, isso vai ter que esperar. Depois verificamos nas freqüências mais altas. Eu fiz um capacitor de realimentação com uns 5 cm de par trançado (cerca de 2 pF) e fui destorcendo aos poucos.

Na medida que a capacitância diminuía, a resposta foi para mais de 10 kHz, depois para 20 kHz. Isso faz o capacitor ter menos de 1/3 de pF. Fizemos isso usando 3 resistores de 3,32 MΩ em série, para que suas capacitâncias parasitas estivessem em série, e portanto reduzidas. Fora isso, nos fizemos partições com placas de circuito impresso para impedir as capacitâncias parasitas entre entrada e saída. A saída não tem nem visada para a entrada. Para conetar um capacitor de 0,5 pF entre entrada e saída é preciso que ele passe por cima de uma das partições.

Ainda não usamos o resistor de 50 MΩ (feito com 5 resistores de 10 MΩ em série), mas ele vai nos dar uma boa resolução quando os transistores operam com 4 a 12 µA no emissor. Note que esse circuito é em boa parte igual ao que usamos para medir a corrente de base (corrente de polarização) de um amplificador operacional. Mas quando se faz isso fica bem difícil conseguir menos de 0,5 pF entre entrada e saída, por causa da capacitância parasita do soquete, particularmente se usar operacionais duplos ou quádruplos.

Com o operacional pode ser necessário fazer as medições com um dos pinos fora do soquete. Em produção, desenhe o circuito impresso com guardas entre os pinos. Veja a folha do LMC660 para informações sobre técnicas de guarda.

Assim foi confirmado que é possível fazer medições de baixo ruído. Com algum cuidado pode construir um circuito simples usando blindagem moderada. E pode facilmente verificar se tem ruídos de 60 Hz, 120 Hz ou 5 MHz entrando no circuito.

Uma coisa é certa, não se pode confiar cegamente, é preciso estar sempre pensando no que está fazendo. Pelo menos confirmamos que os transistores eram realmente de baixo ruído. A maioria estava perto do limite inferior do ruído medível, com muito poucos mais ruidosos que a maioria.

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O tradutor é técnico em eletrônica, tendo trabalhado com instrumentação industrial, automação e controle de processo, programação de computador e supervisão de equipe de montagem. Fora o português tem fluência total em inglês e sueco. Faz traduções técnicas desde 2005.

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quarta-feira, 25 de junho de 2014

 Medições de baixo ruído, parte 1.


Bob Pease foi um dos génios da eletrônica analógica. A seguir a tradução da primeira parte de um artigo seu sobre a medição de ruído. O artigo original se encontra em http://electronicdesign.com/analog/what-s-all-noise-stuff-anyhow-part-1.

Recentemente me convidaram para uma reunião para ver os resultados do projeto de um novo transistor, de alta performance e baixo ruído. Vi o relatório técnico. Os novos transistores eram mesmo bem menos ruidosos que os antigos. De fato, seu ruído era de duas a três ordens de magnitude menor que os convencionais. Achei suspeito. Como mediram isso? Ah, aqui está o circuíto na figura ao lado.

Perguntei se os betas (ganho de corrente) eram baixos ou altos? Me informaram que eram relativamente baixos, mas seriam aumentados mais tarde. Expliquei que com betas baixos, se as correntes de base não estiverem muito bem equilibradas, a saída do circuito de teste pode saturar num dos barramentos + ou -. Naturalmente, nesse caso o ruído aparenta ser muito baixo.

Quando o circuito funciona bem, o ruído em corrente é amplificado por uma resistência grande: 1 MΩ * (N+1) onde N é o ganho em malha fechada (RF/R1). Assim, a saída é (1 + I_ruído de Q1A) + (I_ruído de Q1B) * 1000 MΩ. No entanto, a corrente de desequilibrio (I+) - (I-) tambem vai ser amplificada por 1000 MΩ. Basta 9 nA de desequilibrio  das correntes para que a saída do amplificador ir a +9 V. Se a alimentação não é suficiente para que o sistema se equilibre, o amplificador satura. Naturalmente a saída então se torna bem quieta, o circuito deixou de amplificar o ruído.

Apontei que o circuíto podia mesmo amplificar o ruído na corrente da base do transistor, ou o dispositivo sob teste (DUT). Mas que o layout do circuito é bastante sensível. Apenas 1 pF de capacitância (CF) entre a saída e a base de Q1B causa um atraso na resposta. 1000 MΩ * 1 pF = 1 ms, o ruído atenua acima de 160 Hz. É possível fazer um layout com menos de 0,1 pF, mas precisa ser bem pensado e bem montado.

Ao examinar o testador, o layout estava muito organizado, o fio da saída estava montado ao longo do fio do nó somador (base de Q1B), e a resposta em frequencia estava mesmo abaixo de 100Hz. Numa coluna futura falarei de como 1 pF se parece e como pode prejudicar. Assim, mesmo se a saída não estivesse saturada e se tentasse medir o ruído em 1 ou 10 kHz, este circuíto indicaria um resultado muito abaixo do mínimo teórico do transistor. É um bom lugar para verificar a correção do circuíto.

Não que seja impossível medir o ruído da corrente da base do transistor, mas o circuíto precisa ser adequado. Eu escrevi um artigo em 1968, e verificando hoje, a única coisa que mudou é o nome dos operacionais. Não se pode mais comprar estes operacionais de componentes discretos e encapsulados, mas a abordagem do teste tem a mesma validade. Talvez eu escreva uma versão atualizada. No caso presente, o problema foi que um resistor de 1 MΩ e a amplificação do ruído em 100 ou 1000 (por RF e R1) não foi uma boa idéia. As capacitâncias parasitas e o ruído do 1 MΩ prejudicam a precisão. É bem melhor usar resistores reais de 100 ou 1000 MΩ.

De fato, um resistor de 20 ou 5 MΩ se justifica pois dará uma boa relação sinal/ruído e boa largura de resposta. Mais sobre isso a seguir.



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terça-feira, 24 de junho de 2014

Radar penetrante.

O texto a seguir é parte de um folheto apresentando diversos modelos de radares geológicos. Aqui estou publicando só a primeira página, no original e em seguida a tradução.

Original:

Ground penetrating radar is a form of radar which is designed for subsurface imaging. In other words, it's radar which can be used to see things underground, in contrast with the radar used to identify features in the ocean or to analyze walls to determine what might be on the other side. There are a number of applications for ground penetrating radar, and several firms make a variety of radar units designed for this purpose.

This type of specialized radar works a lot like regular radar. The radar unit has a sending antenna which sends out pulses of sound, and a receiving antenna, which picks up those pulses when they bounce off objects underground. The returned pulses can be used to construct an image of what is underground, because they will vary depending on the depth and composition of buried objects.

Several factors influence the usefulness of ground penetrating radar. The first is the nature of the ground being examined, and what people are looking for; subtle geological differences, for example, can make it hard to get an accurate picture. The strength and frequency of the signal also makes a difference, as does the conductivity of the ground. Some types of rock and soil conduct sound better than others, generating a clearer picture.

This technology is also used in forensics, to look for buried evidence at the sites of crime scenes or suspected burials. The earth sciences also relies heavily on ground penetrating radar to learn more about the composition of the Earth, and to study specific sites. It can also have more practical applications. Ground penetrating radar can be used to identify leaks from reservoirs, chemical storage, and other sites, for example.

Ground penetrating radar is extremely useful in archeology, where it can be used to inspect archaeological sites without being invasive. Ground penetrating radar saves a lot of time by identifying potential excavation sites ahead of time, and allowing people to get an idea of the layout of the site before they start digging. It can also be used to gather information about culturally sensitive sites, or sites which might be damaged through excavation.

Simple forms of ground penetrating radar units are also used by enthusiasts who want to find buried metals and other materials. These machines are sometimes more useful than metal detectors, for people who understand how to read the images, as the radar can identify specific objects, not just those which contain metals.

Tradução:

O radar penetrante do solo é um tipo de radar desenvolvido para visualização subterrânea. Ou seja, é um radar para ver objetos enterrados, o contrário do radar usado para identificar características no oceano ou a análise de paredes para determinar o que se encontra no outro lado. As aplicações do radar penetrante são numerosas, e várias empresas fabricam uma variedade de modelos.

Este tipo de radar funciona em um modo semelhante ao radar convencional. A unidade tem uma antena transmissora emitindo pulsos de som, e uma antena receptora que capta os pulsos refletidos pelos objetos enterrados. Estes pulsos retornados podem ser usados para construir uma imagem do subsolo pois variam de acordo com a profundidade e a composição dos objetos.

A utilidade do radar penetrante depende de diversos fatores. O primeiro é a natureza do solo a ser examinado, e o tipo de material procurado. Por exemplo, pequenas variações da composição geológica podem dificultar a aquisição de uma visualização correta. A amplitude e frequencia do sinal também fazem uma diferença, bem como a condutividade do solo. Alguns tipos de solo e de rocha conduzem melhor o som do que outros, gerando uma imagem mais nítida.

O radar penetrante é de grande utilidade em arqueologia, sendo usado para examinar locais arqueológicos de forma não invasiva. O radar poupa tempo identificando previamente os locais potenciais, permitindo uma noção da disposição do local antes de iniciar a escavação. Também serve para recolher informações de locais culturalmente sensíveis ou que possam ser danificados pela escavação.

A tecnologia também tem uso forense, procurando evidências em cenas de crime ou suspeita de enterros clandestinos. As ciências geológicas também dependem do radar penetrante para identificar a composição terrestre e para o estudo de locais específicos. Também tem aplicações mais práticas, tais como a identificação de vazamentos em barragens, armazenamento químico e locais afins.

Formas mais simples de radar penetrante são usadas por entusiastas procurando metais enterrados e outros materiais. Estas máquinas podem ser mais úteis que os detetores de metal para pessoas que sabem interpretar as imagens, pois o radar permite a identificação dos objetos em vez de apenas seu conteúdo metálico.


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domingo, 22 de junho de 2014

Os desafios do tradutor técnico

A literatura técnica é um universo muito diferente da literária. O tradutor de literatura geral precisa se preocupar principalmente com a interpretação do texto, transmitindo o conteúdo emocional da forma que está no original. Por isso pode se tomar algumas liberdades com o vocabulário, alterando a seqüência das palavras e outros métodos. Palavra a palavra, o texto traduzido freqüentemente aparenta ser diferente do original, mas nas mãos de um tradutor habilidoso seu conteúdo é fiel ao original. O tradutor literário de certa forma tem que ser um escritor ele mesmo, interpretando o texto de outro escritor.

O tradutor técnico não pode se tomar essas liberdades. Seu texto tem que se manter fiel no vocabulário e na seqüência. Um texto técnico não tem o conteúdo emocional da literatura, ele tem que ser exato e preciso, transmitindo o significado das palavras sem alterações.

Por isso o tradutor técnico tem que ser técnico ele mesmo, entendendo pelo menos o básico do assunto em pauta. Isso significa ter domínio do jargão específico, entendendo a seqüência das frases e sabendo traduzir isso sem alterações ou interpretações próprias.

O problema é que o mundo técnico é vasto e abrange muitas áreas com pouco relacionamento entre si. Por exemplo, um texto sobre a construção de barragens tem nada a ver com subestações elétricas, e muito menos com a fabricação de semicondutores. Mas esses assuntos existem, têm jargão próprio, e os manuais traduzidos têm que ser fieis, usando os termos de engenharia de cada área. O tradutor literário estaria completamente fora das suas águas. 

Um tradutor iniciante ou amador recorreria a um dicionário com verbetes genéricos, criando uma tradução esdrúxula. Quando não encontra uma tradução deixa o termo no original, pensando que sendo “técnico” será aceito. Em informática e alguns casos de eletrônica isso até confere por falta de termos tradicionais. RAM e e-mail todos conhecem, mas ninguém quer ver “crankshaft” num texto de manutenção mecânica quando o certo é virabrequim.

O bom tradutor técnico sabe e reconhece que não sabe tudo de todas as áreas que possam vir a serem traduzidas. É claro que o tradutor experiente sabe bastante de vários assuntos e está preparado para começar logo o trabalho. Quando surge um assunto ainda desconhecido sabe onde pesquisar para se entrosar. O primeiro passo é procurar textos em ambas as línguas, extraindo os termos técnicos específicos correspondentes e assim construir um glossário. Uma vez feito isso pode prosseguir com a tradução propriamente. O glossário fica armazenado com outros, facilitando o serviço para a próxima vez que o assunto aparece.

Mesmo assim o tradutor técnico não pode relaxar, precisa estar sempre preparado para o caso de algum termo ainda desconhecido e saber se atualizar no caso de áreas muito dinâmicas, como por exemplo, a informática.

O tradutor técnico nas horas vagas é um leitor, passando seu tempo livre lendo artigos técnicos e científicos pelo puro prazer da leitura e pela aquisição de novas informações.

O tradutor técnico tem formação técnica, com experiência no chão de fábrica e de engenharia, já traduziu textos e manuais para seus colegas de trabalho e é um apaixonado tanto por tecnologia como por línguas. Ele usa linguagem precisa, chegando até a ser meio pedante com as pessoas que se expressam de forma incorreta sobre assuntos técnicos. 

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O autor é técnico em eletrônica, tendo trabalhado com instrumentação industrial, automação e controle de processo, programação de computador e supervisão de equipe de montagem. Fora o português tem fluência total em inglês e sueco. 

Informações de contato se localizam em


PROGRAMAÇÃO DE CLP POR ESTADOS, parte 1.

Tópicos:
•    Descrição do controle do processo usando diagramas de estado
•    Conversão de diagramas de estado para lógica ladder
•    Blocos MCR


Objetivos:
•    Preparar para construção de diagramas de estados do processo
•    Conversão de diagramas de estados para lógica ladder
•    Converter diagramas de estado para lógica ladder com o uso de equações lógicas



INTRODUÇÃO

O estado do sistema é um modo de operação. Considere um caixa eletrônico que passará por uma sequencia de estados bem definidos. A sequencia geral pode ser espera, ler o cartão, pedir a senha, escolher o tipo de transação, ler a quantia pedida, contar as cédulas, entregar as cédulas, liberar o cartão e voltar a espera.

Um sistema com base em estados pode ser descrito pelos seus estados e as transições entre eles. Um diagrama de estados é exibido em fig. 1. O diagrama tem dois estados, Estado 1 e Estado 2. Se o sistema se encontra em Estado 1 e ocorre A o sistema transita para Estado 2, senão permanece em Estado 1. Do mesmo modo, o sistema estando em Estado 2 e ocorrendo B, o sistema retorna ao Estado 1. O sistema da figura poderia ser usado para um controle de iluminação automático. Ao ser energizado o sistema parte no estado desligado. Se ocorrer uma deteção de movimento ou um botão for pressionado o sistema passa para o estado de luzes acesas. Se o sistema está no estado aceso e se passou uma hora, ou uma botoeira for pressionada o sistema retorna para o estado desligado. As instruções de espera foram omitidas no segundo diagrama pois são implícitas.

O diagrama acima poderia descrever um sistema de iluminação economizando energia operado por duas botoeiras. Estado 1 pode ser luzes apagadas e estado 2 luzes acesas. As setas entre estados se chamam transições e são seguidas quando as condições se tornam verdadeiras. Neste caso, se estivesse em Estado 1 e ocorre A moveria para Estado 2. Os laços de espera indicam que o estado permanece enquanto não ocorre uma transição. É comum omitir dos diagramas, por óbvios.

A parte essencial na criação de um diagrama de estados é identificar cada estado. Algumas questões são:

1.    Considerar o sistema,
  • O que o sistema faz normalmente?
  • O comportamento do sistema muda?
  • O que pode modificar o comportamento do sistema?
  • Existe uma sequencia de ações?

2.    Listar os modos de operação onde o sistema executa uma ação identificável com início e fim. Lembrando que algumas ações (estados) podem simplesmente esperar uma ocorrência.

Considere o projeto de uma máquina de café. A primeira etapa é identificar os estados da máquina como na fig. 3. O estado principal é o de espera. Tem um estado de inserção de moedas onde o total inserido deve ser exibido. Quando o total for suficiente o usuário pode escolher sua bebida. Após isso entra no estado de preparar a bebida. Se ocorrer um erro entra no estado de “manutenção requerida”.

ESTADOS
Espera – a máquina espera a inserção de moedas, de resto está ociosa.
Inserção de moedas – A máquina totaliza as moedas.
Escolha do usuário – O total necessário foi inserido e o usuário pode fazer sua escolha.
Preparar a bebida – O tipo de bebida escolhido está sendo feito.
Manutenção requerida – Faltou café, copos ou outro erro ocorreu.

Notas:
Os estados podem ser bastante subjetivos e cada projetista pode fazer de um modo diferente.
Os estados são específicos para a máquina.
Estados anterior/seguinte não fazem parte dos estados.
Os estados são bem diferenciados.


Os estados são desenhados num diagrama de estados como indicado na fig. 3. Também se acrescenta as transições necessárias. Podemos ver que ao ser energizada a máquina inicia no estado de espera. As transições dependem das entradas e dos sensores da máquina. O diagrama de estados é bastante subjetivo e varia de um desenho a outro. Os diagramas também explicam o comportamento da máquina. Se, por exemplo, a máquina está pedindo manutenção e for desenergizada. Ao ser novamente energizada o estado não seria reativado antes de um usuário pedir e não receber sua bebida. Num projeto completo esta omissão seria retificada.


Considere o semáforo da fig. 4. A sequencia normal é sinal verde em uma direção por um tempo prolongado, tipicamente 10 ou mais segundos. Após segue um intervalo breve de sinal amarelo, geralmente 3 a 4 segundos. A isso então segue um sinal semelhante na outra direção. Entende-se que sinal verde ou amarelo numa direção implica em sinal vermelho na outra. Os botões para uso dos pedestres pode acender a luz de atravessar e prolongar o intervalo do sinal verde.


O primeiro passo no desenvolvimento do controlador é definir as entradas e as saídas do sistema conforme fig. 5. Primeiro devemos descrever as variáveis do sistema. Essas variam de valor conforme o sistema muda de estado. Note que algumas delas em conjunto podem definir um estado (por si só não são estados). As entradas servem para definir as transições. As saídas definem o estado do sistema.

Do mesmo modo que os diagramas de estado definem o sistema, criamos uma tabela de estados conforme fig. 6. Nessa as sequencias estão numa lista ordenada. Cada estado recebe um nome para facilitar a interpretação, e as saídas correspondentes indicadas. O estado do sistema é definido pela sequencia de bits das 6 lâmpadas. Vale observar que são apenas 4 sequencias, mas 6 bits binários poderiam definir até 64.

Etapa 1: definir os estados do system e ordenar

As transições são acrescentadas à tabela de transições para clarificar a operação, conforme fig. 6. Aqui a transição Verde L/O para Amarelo L/O é S1. Significa que um botão de pedestre deve ser pressionado para terminar a o sinal verde.  Isso não é normal, os sinais deviam usar uma temporização. A transição de Amarelo L/O para Verde N/S ocorre na temporização de 4 segundos, isso é normal. A transição seguinte também é anormal, precisando premir a botoeira de pedestre para terminar o estado Verde N/S. O último estado tem uma temporização de 4 segundos antes de retornar para o estado inicial da tabela. Nesta tabela de estados a sequencia é sempre a mesma mas as temporizações variam para os sinais verdes.


A seguir: Passando a tabela de estados para programação ladder. 
 
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O autor é técnico em eletrônica, tendo trabalhado com instrumentação industrial, automação e controle de processo, programação de computador e supervisão de equipe de montagem. Fora o português tem fluência total em inglês e sueco. 
Informações de contato se localizam em

quarta-feira, 11 de junho de 2014





Sobre mim

Aqui vou fazer uma apresentação e aos poucos postar artigos e textos traduzidos por mim, tanto em inglês como em português.

Na tradução técnica é de grande importância a exatidão no vocabulário. Para isso é preciso uma pessoa com experiência nos ramos técnicos. Um tradutor de literatura pode fazer uma excelente tradução de uma obra literária mas se perderia por completo com um texto técnico com seu jargão e termos especializados.

Quem tem um texto técnico-científico para traduzir  precisa fazer uma seleção criteriosa da pessoa a fazer a tradução. Espero que com esses textos eu possa demonstrar minhas habilidades nessa área.

Fora o e-mail acima posso ser contatado em 51 3480 3706 e 51 84389494.